A cena mais bela que já vi

Eu não sei como vim parar aqui.
Eu nem sequer sei onde estou, mas sei que não quero sair daqui nunca mais.
Nada aqui parece real. Tudo é branco e o céu é tão azul que jamais tinha visto igual.
Montanhas altíssimas formam um horizonte a se perder de vista e aqui a gravidade é mais gentil. Andar nesse solo suave não causa impactos. É como se andar fosse o mesmo que flutuar.

Caminhei por horas e não me cansei. Poderia caminhar durante todo o dia e não me cansaria jamais.
Mas de repente tive que parar. Aquela visão me prendeu ao solo como se a gravidade quisesse me sugar para baixo. Eu não poderia resistir àquela imagem a minha frente, nem que quisesse.
E eu não queria. Eu não queria resistir a você sentado naquele banco, de costas para mim, com a mão apoiando a nuca enquanto admirava aquele mundo alvo. Você também estava de branco e mesmo assim se destacava no meio deste nada monocromático.
Eu não te chamei, não fui até você e nem sequer te fotografei. Estava na cena mais bela que já havia presenciado e eu não quis fotografar, porque não quis te prender à um quadro em minha parede. Prefiro te manter preso à minha mente. Aqui você está mais seguro.

Me sentei no chão macio e por lá fiquei até você se levantar e andar até sumir em meio as montanhas.
O vento soprava ao longe e compunha uma música. Só se ouvia isso em todo o lugar, e enquanto eu te via tão perfeito ao ir embora, eu sorri.

E acordei.

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