Feche os olhos


Todos necessitam do seu tempo.
Aquele em que se fecha os olhos e se deixa levar por tudo que te assombra e por tudo que te salva.
Que seus pensamentos, sentimentos e vontades são apenas a sua alma e seus medos são apenas o corredor escuro que você é obrigado a atravessar.

Ela. Eu.
Nós 'duas' numa disputa de quem é a mais forte.
O famoso diálogo dos meus 'eus' tentando entrar num consenso, querendo um se sobressair mais que outro, me deixando num turbilhão de pensamentos tão sem sentido como as palavras que escrevo agora.

Ser humano.
Criatura mais complicada que esta nunca haverá.
Não existe maior concentração de ego em um ser como neste.
Ódio, ciúme, dor, descrença, maldade e inconsequência. Todos juntos e multiplicados por quase 7 bilhões de outros seres iguais, mas cada um dentro do seu próprio mundinho particular.
É assim que somos, pelo menos assim que ela, eu sou.
Cada vida com sua bagagem, cada ser com seus detalhes, cada um com seus 'eus' e cada 'eu' com a sua natureza pecaminosa.
Engraçado seria, se não fosse tão drástico.

Num pequeno espaço percorrido pelos ponteiros do relógio de parede, que agora marcam o início de mais uma noite fria de junho, numa simples ação de fechar os olhos e mergulhar dentro de si mesma, ela, já incrédula da sua qualidade de pessoa sã, se viu no outro extremo do corredor.
Enfim tragou o medo, abriu os olhos e passou a enxergar e a aceitar o que era, mesmo com seus 'eus' se contradizendo em cada milésimo de segundo vivido por ela até então.

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