O jogo da Vida


A vida é uma grande contradição. Andei percebendo isso enquanto crescia.
Hoje eu entendo o porquê de chamarmos as nossas fases de "fases", porque tudo é exatamente como em um jogo.

Começa fácil, parece até uma demonstração. Cenário simples, sem muitos obstáculos e monstrinhos insignificantes.
Aos poucos o nível vai se elevando. Você fica muito mais tempo em uma mesma fase. Mesmos cenários, mesmos obstáculos, mesmos monstros. E agora eles não são mais tão insignificantes assim.
Lá se vai a energia e a vitalidade, mas a experiência está aumentando. O objetivo está cada vez mais próximo.

Pensando nisso, me lembrei da sensação estranha que é a de fechar um jogo. É alívio, orgulho, alegria e ao mesmo tempo tristeza. Acabou. E é aí que começa a contradição.

As fases são mais importantes que o objetivo. O objetivo é só uma referência. A gente sonha em alcançá-lo, mas quando chegamos lá, quer dizer que é o fim e o que vai ficar é nostalgia das benditas fases.

Ainda não estou nem na metade desse jogo da vida, mas aprendi algumas coisas.
Para seguir em frente, a gente tem que deixar muita coisa para trás. Cada dia a mais, é um dia a menos, e assim por diante.
Tudo me parece contraditório o tempo todo, mas pelo menos eu sei agora que esta fase, essa mesma que parece que não acaba nunca, é exatamente o meio. A fase que eu vou sentir saudades quando chegar ao fim do jogo.

Vou sentir falta desde cenário repetitivo, desses personagens incríveis que encontrei no meio do caminho, do esforço e da dedicação que tive e até mesmo dos monstros, pois sem eles eu não seria tão forte.
Então eu penso nisso e fico feliz. Feliz por estar nesta fase e saber disso, ter noção do que isso significa. Isso me faz querer ficar um pouco mais por aqui. O objetivo sempre estará lá. O monstro final sempre estará lá para quando eu estiver pronta. E quer saber de uma coisa? Não tenho pressa nenhuma em estar pronta.

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